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Estos son textos son reflexiones personales de algunos de acá, del grupo o de amigos sobre cosas que se van viendo u oyendo. No es algo que ocurra "dentro" de la Asamblea, sino "afuera".
Ademas hay textos que
son los que van presentando (y hay muchísimos) sea para el equipo de trabajo, sea para los que están en la asamblea, sólo los más representativo

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Análisis del Discurso Inaugural de Benedicto XVI

CONFERÊNCIA DE APARECIDA O DISCURSO INAUGURAL DO PAPA BENTO XVI SÍNTESE E DESTAQUES, Agenor Brighenti

Discurso de Bento XVI Abertura da V Conferência, J. B. Libanio, Anotações provisórias

O fundamental e o secundário no discurso do papa Bento XVI, Jung Mo Sung

BENEDICTO XVI Y LA OPCIÓN POR EL POBRE, Gustavo Gutiérrez

Una teología debe partir y llegar al Reino de Dios, Eduardo de la Serna

A Mensagem de Aparecida: Sonho e cálculo Eduardo Hoonaert (historiador)


Trabajos

Discípulos y discípulas de Jesús. Aportes el Nuevo Testamento

Presbiteros

Una Iglesia para América Latina y El Caribe Seminario latino-americano de Teología Pablo Richard


Propuestas Para el Ver

Unida tematica 1


Propuestas para el actuar

unidad tematica 2


propuesta de hilo conductor del documento final

Un Hilo Conductor (2)


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MENSAJE DE LA V CONFERENCIA GENERAL A LOS PUEBLOS DE AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE


Discurso de Bento XVI

Discurso de Bento XVI

Abertura da V Conferência

J. B. Libanio

Anotações provisórias

 

                                           Observação geral

                               A impressão geral foi de discurso sereno, positivo, sem, contudo, trazer nenhuma novidade especial. Retoma as idéias que vinha tratando em seus documentos e discursos anteriores. Comparando com o discurso inaugural de Puebla, revela um tom positivo e não admoestador. Deixou de fora as questões polêmicas, não as abordando de maneira condenatória, mas apontando os aspectos positivos.

 

                                               Metodologia básica

                               Em vez de partir da realidade latino-americana, que talvez lhe seja desconhecida de maneira vivencial e somente por relatórios, preferiu perguntar-se por que verdade fundamental a Igreja da AL deve preocupar-se em transmitir. Elabora o conteúdo básico e depois olha para o mundo ao qual ele se destina. A leitura do mundo tem alguns traços latino-americanos, mas reflete antes a crise atual da cultura moderna. É uma leitura que parte da transcendência para a imanência e não vice-versa, como é a metodologia preferente da Igreja latino-americana.

                               Esta postura fundamental produz uma visão algo abstrata da fé e da Igreja em perspectiva “otimal”, isto é, idealista. Revela a fé e a Igreja que existem na conceituação e elaboração teológica e nem sempre na realidade concreta da pessoas que crêem e que constituem a Igreja. Tal atitude básica afeta o tratamento dos temas em particular. Vejamos.

 

                                               Temas particulares

 

                               O tema da evangelização e inculturação são visto sob o prisma da positividade de uma mensagem ideal cristã que não violenta em nada as outras culturas. E indica os elementos positivos “da alma dos povos latino-americanos”. Isso é verdade, se considerado no ideal da pregação evangélica. Como é que a salvação de Jesus pode fazer mal a alguma cultura? No concreto da história, a evangelização se deu de tal forma que valores anti-evangélicos se misturaram e houve até mesmo crimes de que, na Celebração da Quaresma de 2001, João Paulo II pediu perdão. O encontro entre o evangelho e as culturas autóctones é descrito de modo ideal. Tal posição levou a criticar, de maneira delicada, embora firme, certas tendências antropológicas de recuperação da cultura indígena pré-evangelização. É uma questão delicada e complexa. Não se resolve com sim ou não, mas antes com sim e não.

                               No tema da política latino-americana, a advertência sobre certas tendências autoritárias de governo, contrapondo-as à democracia, supõe visão idealizada das democracias. Sem defender nenhuma posição autoritária, contudo sabemos bem como as democracias latino-americanas serviram e têm servido às oligarquias e, portanto, não são  nada demo-(povo)cráticas. De novo, uma reflexão idealista, bonita e correta, se as democracias realizassem o ideal de bem comum de todo o povo. O caminho parece ir por uma maior presença organizada da sociedade civil a exigir da democracia a defesa dos direitos das maiorias populares, o que não aparece no texto.

                               Os parágrafos sobre discípulos e missionários condensam a mensagem fundamental da fé. Esta existe já de antemão e está formulada anterior a qualquer realidade. E partir dela se julgam os sistemas e os valores que a contrariam. Posição da pregação tradicional. Não no conteúdo fundamental, mas na maneira de formulá-lo, seria diferente se antes se visse a realidade social e cultural e a partir dela se interpretasse tal revelação, como preferimos fazer na AL. A segunda posição tem a vantagem de parecer mais humilde e não dar a impressão que já temos toda a verdade para entender e julgar a realidade. E não deixou de ser contundente a afirmação do Papa de que “só quem reconhece a Deus, conhece a realidade e pode responder a ela de modo adequado e realmente humano”. E como somente nós que conhecemos a Deus, porque conhecemos a Jesus, também só nós conhecemos a realidade e temos respostas verdadeiras. Soa enorme pretensão, embora teologicamente correta, se vista de modo abstrato. Entretanto, concretamente nos equivocamos, seja porque não reconhecemos corretamente a Deus, seja porque nosso conhecimento de Jesus também tem limites e fragilidades. É verdade que noutro momento, o Papa reconhece que não crentes possam viver uma moralidade elevada e exemplar, mas a sociedade sem Deus não encontra facilmente  consenso necessário sobre os valores fundamentais.

                               Talvez aqui esteja o ponto mais difícil para a mentalidade moderna aceitar a posição do Papa. Ele, no entanto, convencido que está dela, a formula com toda clareza, sem dissimulação e medo de ser rejeitado.

                               Outra questão crucial se refere à problemática social. Não a desconhece. Antes descreve-a, sem o pathos dos documentos da Igreja da AL, mas suficientemente clara na injustiça radical. De novo, a posição básica se resume a que a Igreja dispõe da fé. Sua contribuição específica é julgar tal realidade a partir das verdades da fé e formar os cristãos nelas a fim de que atuem na sociedade. Apela também para a razão, mas em harmonia com a fé e nunca em choque com ela. E quando fala que a atividade política não é da competência da Igreja, entende-a naturalmente no aspecto institucional. Em outro lugar fala de que os leigos também são Igreja e eles têm a missão de atuar publicamente na sociedade, imbuídos dos princípios da fé.

                               A idéia que o discurso passa é de que com as verdades da fé em Deus e em Jesus o cristão já tem tematizado, explicitado o que vai dizer e fazer na sociedade. Parece uma compreensão algo idealista. Sente-se falta de mediações que viabilizem a compreensão e a vivência da fé na atual situação.

                               Os males parecem vir somente de fora - da cultura e da sociedade moderna -: o hedonismo, secularismo, indiferentismo e proselitismo e nunca das falhas da própria Igreja como instituição, da maneira como ela formulou as verdades reveladas em muitos momentos e em algumas formas alienadas, da prática de cristãos, etc. O discurso soa bonito, mas pode deixar a pessoas sem ação, porque não desce ao nível último das concretizações. E estas só são possíveis com análises concretas da realidade com os instrumentos de que dispomos de natureza antropológica, psicológica, cultural e sociopolítica e econômica.

                               Ao detalhar os campos particulares da família, clero, religiosos/as, jovens o discurso não se afasta do cunho idealista. Por isso, oferece pouca luz para avançar na reflexão e menos ainda para o agir. Talvez tenha sido melhor, porque deixa aos bispos maior liberdade de assumir tal tarefa. Um discurso muito concreto do Papa poderia cair num moralismo e pragmatismo rígido, imposto de fora e de outra perspectiva. Cabe, então, aos bispos da AL, a coragem profética de avançar sobre o texto do Papa e não copiá-lo para dentro do documento. Uma pergunta que ajuda a ir avante soa: que significam concretamente as afirmações do Papa? Como elas se encarnam em nossa realidade?

                               Estas são as minhas primeiras observações preliminares e provisórias para uso interno do grupo Ameríndia. Abraços, Libanio

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